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Abastecimento d'água para Macaúbas e região.


No último ano o semi-árido nordestino sofreu com uma estiagem prolongada, e mais uma vez, por falta de preparação da população, principalmente da rural, para enfrentamento do evento, passou-se pelos apertos que todos conheceram: rios e riachos quando não secaram, tiveram sua vazão reduzida, as pequenas barragens e aguadas secaram e o socorro veio dos pipas que como sempre, é o primeiro e caro recurso acionado para fazer chegar um pouco do “elemento essencial à vida” .

Desde que “me entendo por gente”, sempre ouvi a frase: “vamos combater a seca!”, como se pudessem os governantes e populações combater, lutar, enfrentar um evento climático natural e que todos sabemos que é cíclico e sempre se anuncia quando está prestes a ocorrer, além do que, a meteorologia, há muito tempo tem alertado para a sua chegada e com a devida antecipação para que as medidas mitigadoras ao evento climático possam ser tomadas a tempo e reduzir o sofrimento da população e animais de criação com a falta d'água e minimizar os prejuízos financeiros com a perda de lavouras e rebanhos.

Macaúbas tem aumentado sua população e consequentemente o consumo d'água. Com uma população de 47.051 habitantes, segundo o último Censo do IBGE e estimando um consumo de 77 litros/dia/pessoa, seriam necessários captar e distribuir 3.622.927 litros/dia, ou seja 3.623m³ d'água para suprir a demanda da população humana, num modesto consumo de 77 litros/dia/indivíduo, para atender as as seguintes necessidades:


- Água para a bebida …... 02 litros
- Alimentos e cozinha ….. 06 litros
- Lavagens de utensílios ...09 litros
- Lavagens de roupas .......15 litros
- Abluções diárias ............ 05 litros
- Banho de chuveiro .........30 litros
- Aparelhos sanitários ......10 litros
T O T A L.........................77 litros
Disponível em:http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/A5.html. Acesso 04.fev.2013.”

De acordo com a Organização das Nações Unidas, cada pessoa necessita de 3,3 m³/mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene), e para suprir esta demanda seria necessária a busca de um novo manancial que possa fornecer diariamente 5.175.610 litros.

Conforme relata DANTAS, em Trabalho Monográfico apresentado à Universidade Estadual de Feira de Santana em 2011, [...]”Segundo a projeção realizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), feita em 1991, estimava-se para o fim de ano de 2011 uma produção de 3.542,0 m³/dia (41,00 l/s) de água num regime de funcionamento de 24 horas/dia, para o atendimento de consumo de uma população de 19.680 habitantes na sede do município. ”[...] Observa-se que a estimativa de captação e distribuição feita pelo SAAE para o final de 2011, apenas se referia a população urbana.

O município, apesar das adversidades tem se tornado o Pólo regional e há necessidade de se encontrar outros mananciais para captação de água e distribuição à população. As investidas atuais tanto pelo SAAE quanto por particulares tem sido a perfuração de poços tubulares, que não é a solução definitiva para resolver o problema, já que é um recurso finito conforme demonstra a tabela abaixo, publicada por Wetzel, R. G., 1983:
Local
Volume (km3)
Percentual do total (%)
Oceanos
1.370.000
97,61
Calotas polares e geleiras
29.000
2,08
Água subterrânea
4.000
0,29
Água doce de lagos
125
0,009
Água salgada de lagos
104
0,008
Água misturada no solo
67
0,005
Rios
1,2
0,00009
Vapor d’água na atmosfera
14
0,0009
      “Apesar de 75% da superfície do planeta ser recoberta por massas líquidas, a água doce não representa mais do que 3% desse total. Apenas um terço da água doce - presente nos rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e atmosfera - é acessível. O restante está concentrado em geleiras, calotas polares e lençóis freáticos profundos”
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/agua-potavel-apenas-3-das-aguas-sao-doces.htm. Acesso: 04.fev.2013.


Com as constantes agressões ao meio ambiente, as bacias de captação estão se tornando ineficazes para reabastecer estes aquíferos na Bacia do Paramirim/Santo Onofre onde o município está inserido.
Ouve-se em conversas a possibilidade de trazer água da Barragem do Zabumbão em Paramirim que tem uma capacidade volumétrica de 76 milhões de m³ e já abastece Paramirim, Caturama, Botuporã e Tanque Novo e já se observa que aquele corpo d'água não é suficiente para atender a demanda atual. Sonha-se também com a construção de uma barragem no Rio Santo Onofre e opções não faltam para solucionar o problema como uma adutora trazendo água do “Velho Chico”

O momento é oportuno, ainda que tardio para que a sociedade civil mobilize as lideranças politicas da Bacia do Paramirim, independentemente de convicção política a iniciar um movimento para discussão do problema que não é exclusivo de Macaúbas e se buscar junto aos Governos Federal e Estadual uma solução definitiva para o abastecimento d'água, fator limitante para o crescimento, desenvolvimento e proporcionar qualidade de vida à população.


Uirlei de Oliveira Borges, Graduando em Gestão Ambiental pelo Centro Universitário de Maringá – CESUMAR/PR













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